Entrevista a José Sócrates
Jornalista:Quais as qualidades que um governante deve ter?
José Sócrates:Um governante deve ter boa imagem. Os portugueses precisam de sentir que quem os governa é acessível, afectuoso e simpático.
Jornalista:E um governante?
José Sócrates:Já lhe disse!
Jornalista:Eu sei estava no fundo a dizer-lhe implicitamente que a sua resposta é uma resposta á pergunta como ser figura pública ou como se chega a famoso ou ao ser do jet-set.
Sócrates: O que quer dizer implicitamente?
Jornalista:Vá ver ao dicionário. Se o tiver.
Sócrates: O que é um dicionário?
Jornalista:Não acredito que você não saiba o que é!! Então vai governar este país e é assim tão inculto?
Sócrates: Estava a brincar pá!! Já não se pode fazer piadas. Repare tivemos um P.M que não sabia quantos cantos tinham os Lusíadas e governou durante 10 anos.
Jornalista: E você acha que a ignorância é directamente proporcional ao nº de anos no governo.
Sócrates: Não, não tem nada a ver. O Guterres não tinha tantas falhas e governou menos tempo. Tá a ver?
Jornalista: Lá está uma prova de que essa regra nem sempre se aplica.
Sócrates: O que quer dizer com isso?
Jornalista: O que é que acha?
Sócrates: Pronto eu admito! O Guterres tinha mais falhas. Está contente?
Jornalista: Agora estou. Não quer acrescentar mais nada à pergunta que eu fiz?
Sócrates: Acho que não.
Jornalista: A pergunta foi “Que qualidades deve ter um governante”.
Sócrates: Eu sei. Sou assim tão burro?
Jornalista: Não me parece que tenha muita inteligência. Com o país neste estado, só se mete lá quem é parvo.
Sócrates: Não diga isso. Eu quero ajudar a resolver os problemas dos portugueses. Não quero o poder pelo poder.
Jornalista: Pare com isso! Poupe-nos dessas tretas.
Sócrates: Está bem.
Jornalista: Qual a primeira coisa que fará quando ganhar as eleições?
Sócrates: Ir ao Lux e festejar!
Jornalista: Não é isso homem! Qual a primeira medida governativa.
Sócrates: Já percebi! Você não faz as perguntas com clareza. A primeira medida… deixe lá ver. Vamos combinar uma coisa, quando sair o programa eleitoral do meu partido todos saberão.
Jornalista: Mas já saiu!
Sócrates: Já saiu? Quando?
Jornalista: Há umas semanas.
Sócrates: E ninguém me diz nada?? Mas quem é que manda aqui??
Jornalista: Não faço ideia.
Sócrates: Mas era mesmo o programa eleitoral? Aquela coisa com as coisas todas.
Jornalista: Sim. Aquela coisa com as coisas todas.
Sócrates: Estou tão atrapalhado. E estou a começar a ficar triste e inseguro.
Jornalista: Deixe lá, vamos continuar…
Sócrates: Desculpe, tenho de desabafar. Então uma pessoa trabalha todos os dias e depois ninguém me diz nada? Andam a trair-me, por isso eu tenho estes arranhões nas costas e não sabia porquê!
Jornalista: Mais um com as costas desgraçadas.
Sócrates: Mas eu estou mesmo todo apanhadinho, olhe aqui.
Jornalista: Tem de ir ver isso. Próxima pergunta. Do seu núcleo duro destaca-se António Vitorino. Quais são as suas maiores qualidades.
Sócrates: As minhas maiores qualidades são… Hahahaha brincadeira! O Vitorino é uma força da natureza. É um homem como há poucos por aí. A altura dele é igual à largura dele, estou a brincar!! Ele tem um olhar incrível uma pele muito macia e tem um cheiro muito pessoal. Eu estou sempre a perguntar qual é o perfume dele mas ele diz-me que não põe nada, que cheira mesmo assim. Eu sei que ele usa algum e ainda hei-de descobrir.
Jornalista: É o Burberry Touch. Ele disse-me mas isto não sai daqui.
Sócrates: Ok.
Jornalista: E as maiores qualidades de António Costa?
Sócrates: O António Costa. Ele tem um tom de pele fastástico. Ando há anos a tentar bronzear-me para ficar com aquele tom. Já experimentei tudo solário, auto-bronzeador e não consigo!
Jornalista: Que chatice. E tem mais alguma coisa relevante para acrescentar?
Sócrates: Não. Espere… não… não me ocorre nada.
Jornalista: Ia perguntar-lhe sobre o Manuel Alegre mas não sei se estou preparado para ouvir a resposta.
Sócrates: O Manel é um querido mas nós esquerda moderna temos de seguir um estilo diferente.
Jornalista: Defina esquerda moderna.
Sócrates: Esquerda moderna é manter o mesmo partido mas copiar todo o programa dos partidos de direita. Usar golas altas, casacos fashion, ser tolerante em relação às drogas leves e ao aborto mas ao mesmo tempo ser católico porque fica sempre bem. Ter sempre aquele ar de tristeza e dizer: “Custa muito tomar certas medidas mas tem de ser para o bem de todos. Por mim faria tudo diferente mas não pode ser, não podemos hipotecar o futuro dos portugueses”.
Jornalista: Mas essa é a maior crítica que a ala esquerda do PS lhe faz.
Sócrates: Ó pá, a ala esquerda do PS pensa da mesma maneira só que têm mais idade, usam bonés, gabardines, bebem vinhaça e não são betinhos.
Jornalista: E têm blogs.
Sócrates: Mas isso todos têm.
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