28 de junho de 2005

Depois da manifestação do orgulho Gay

Jornalista: Boa tarde, estamos aqui na Avenida da Liberdade para a manifestação dos
Empresários Humanistas. Temos aqui connosco o presidente da associação dos empresários Humanistas. Qual é o objectivo com esta manifestação?

Empresário Humanista: Estamos fartos de ser enxovalhados pelos outros empresários. Eu sou empresário há muitos anos. No início percebi que para conquistar a simpatia e para me integrar com outros empresários, era obrigado a cumprir as regras sociais dos empresários que passa por não pagar impostos, por não ter os ordenados em dia com os meus funcionários, despedir grávidas, ter contas off-shore, pagar baixos ordenados, ser uma besta com os funcionários tratando-os abaixo de cão e recorrer sistematicamente ao assédio moral. Mas comecei a descobrir que eu era diferente. Comecei a notar em mim certos desejos contrários a essas normas. Comecei às escondidas a aumentar ordenados, a tratar bem os meus funcionários, a fazer formação profissional com eles, veja lá. Uma vez um empresário descobriu que eu tinha tudo em dia com as Finanças e foi o fim. Nunca mais ninguém falou comigo. Comecei a ser tratado de forma diferente.
Esta manifestação serve para que mais empresários que descobriram que são diferentes, que são humanistas possam assumir-se perante a sociedade e a família. Queremos acabar com estes preconceitos da sociedade em relação a nós. Só porque gostamos de tratar bem os nossos funcionários não quer dizer que não possamos ser tratados da mesma maneira que os outros. O meu pai depois de saber que eu era um empresário humanista pôs-me fora de casa e cortou relações comigo.

Jornalista: Se algum dia tiver um filho que seja empresário humanista o que fará?

Empresário humanista: É muito difícil porque toda a sociedade nos olha com outros olhos. Mas vou apoiá-lo para que possa ser feliz.

Jornalista: O que acha sobre a explicação científica em relação às causas do Humanismo empresarial.

Empresário humanista: O debate centra-se em duas abordagens diferentes a explicação social e a genética. Não interessa qual as causas para isso. Ser empresário humanista não é uma doença.

Jornalista: Acha que a causa é genética ou social?

Empresário Humanista: Muitos pensam que a causa é social porque hoje em dia o empresário não é como antigamente. Desde sempre houve empresários humanistas, só que era um fenómeno mais escondido. O número não aumentou, muitos agora é que o assumiram. Já agora aproveito para dizer que muitos dos ministros e deputados e mesmo figuras públicas da tv, são empresários humanistas só que escondem. Têm medo de admitir. Eu compreendo.

Jornalista: A sua organização quer que o Governo legalize os empresários humanistas.

Empresário humanista: Claro. Quando o governo descobre um empresário humanista manda fechar a empresa. Nós queremos que o governo nos deixe em paz e que nos trate como outros empresários. Queremos ter a nossa empresa como os outros.

Jornalista: Têm-se falado do lobby humanista. Acha que há empresários humanistas que conseguem favores só porque são humanistas?

Empresário humanista: Não é verdade.

Jornalista: E o que acha desse fenómeno do Metrohumanismo.

Empresário humanista: São empresários normais mas com algumas coisas de humanistas. Eu acho que é uma moda das revistas. Alguns querem que se pense que são humanistas mas nunca serão e outros são humanistas mas têm medo de assumir.

Jornalista: E os Bi-empresários?

Empresário humanista: Esses senhores gostam de ter uma empresa onde tratam bem as pessoas às escondidas mas mantêm a sua postura normal com a empresa onde funcionam como os outros. São empresários normais que gostam de ter uma vida dupla. Têm a sua empresa e depois usam o humanismo como escape à rotina.

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