16 de abril de 2008

Impacto visual da ponte Chelas/Barreiro em Lisboa poderá ditar o fim de poetas e letristas de fado

A escolha da solução Chelas/Barreiro para a terceira travessia sobre o Tejo poderá ter sérias consequências na literatura e na cultura portuguesa em geral. O novo projecto poderá deixar de permitir que os poetas e os românticos letrados tenham condições visuais para manterem a inspiração para a sua produção literária. "São milhares os poemas que foram feitos a partir da contemplação do rio Tejo, como o célebre poema "O Tejo é mais Belo", de Alberto Caeiro, o "Canoa do Tejo", celebrizado pela voz de Carlos do Carmo, ou o poema "Lisboa menina e moça", de Ary dos Santos. Que poemas de jeito vou eu fazer se à minha frente vou ter uma bisarma macambúzia daquelas que me tira logo a capacidade de sonhar e de amar esta Lisboa que amanhece? Como é possível sentir dentro de mim que o Tejo beija Lisboa ou que o rio dança o tango com essa mulher fatal e sensual que é Lisboa, se eu olho e só vejo pilares gigantescos e altíssimos com centenas de metros de altura?", questionou um amargurado poeta da Mouraria.

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