4 de abril de 2009

Homenagem a João Marcelino

João Marcelino opina sobre o Twitter (vídeo no final):

1 Esta semana fui almoçar com um amigo, também jornalista. Quando regressei, as pessoas com quem mais de perto trabalho já sabiam com quem tinha estado, e onde. Acabara de ser "vítima" da arma mais juvenil das redes sociais, o twitter, ainda por cima às mãos de um jornalista. Felizmente, o "repórter" não entendera ser importante referir que eu e o António Tadeia (desculpa lá ó António corroborar na indiscrição) comemos jaquinzinhos, daqueles que, por falta de corpo, passariam à justa nas malhas da ASAE, se passassem. E fora elegante ao ponto de não referir a pequena nódoa que eu, por aselhice no manuseio de uma chávena de café, trazia nas calças desde a manhã desse dia. Tenho de agradecer. Em 140 caracteres, apesar de tudo, quem capricha pode ser ainda mais inconveniente, quiçá malcriado. Eu, desta vez, escapara…

2 Confesso: também frequento o twitter, de vez em quando, à procura de ideias interessantes, e de notícias, mas o que ali vejo predominar por enquanto é o egocentrismo, a vaidade mal disfarçada, e, imagino, muito problema de solidão. Já que me deram o pretexto, aproveito: faz-me confusão ver pessoas com responsabilidades - no jornalismo, na política, em muitas áreas da vida social portuguesa - a discutirem em público temas tão interessantes como o exame da próstata, a informarem-nos sobre o que comem, a dizerem aos seus fanáticos e devotos "seguidores", que cultivam com evidente gozo e em orgulhosa competição, onde estão e o que fazem. Sinceramente, respeito mas não gosto. Em definitivo, só estranho que estas novas estrelas do big brother twitter, algumas das quais se rebelaram na altura contra o tabloidismo de determinados formatos televisivos, chafurdem agora no mesmo mundo, oco e exibicionista, ainda por cima de borla. O José Castelo Branco, ao menos, fazia-se pagar pelas rábulas. E às vezes tinha graça, o que não é de somenos.

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