30 de novembro de 2006

Sensação de estar no elevador com vizinhos ou desconhecidos é o segundo maior momento de sofrimento dos seres humanos

O aumento da videovigilância nos elevadores tem beneficiado a observação dos comportamentos humanos nestes locais. Segundo os especialistas que tiveram acesso a milhares de horas de filmagens e alguns testemunhos, o tempo que o elevador demora a chegar ao andar pretendido representa uma eternidade. Segundo o Observatório para o Comportamento Humano em Cubículos, a sensação, às vezes ilusória, de estar a ser observado pelos outros é terrível. "Muitas pessoas sentem que estão a causar repulsa nos outros. Estoicamente evitamos olhar para tentar comprová-lo porque isso demonstra fraqueza" – relatou um dos investigadores. A técnica do olhar de relance está cada vez mais aperfeiçoada por todos, com a vantagem de não ser detectada mas com a desvantagem de ser pouco pormenorizada. O acto de ficar virado para a porta e de costas para todos os outros é feito por indivíduos com experiência que preferem não sucumbir à tentação de olhar ao mesmo tempo que se rouba aos outros alguns pontos interessantes de observação. Estar no elevador é intenso. Não há outro local onde em 20 segundos se faça tamanha quantidade de actos como encontrar pontos para olhar fixamente - os botões do elevador, o relógio, a placa que informa a próxima inspecção do elevador, o chão e as luzes -, agarrar uma mão a um corrimão, colocar a mão no bolso, suspirar, respirar de forma ofegante, engolir saliva, tossir timidamente, massajar a nuca, esfregar a sobrancelha ou coçar o nariz .

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